segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Finalmente em Budapeste!

No meu 12º dia na Hungria, começo a escrever no meu Diário de Viagem (ou na tentativa de um). É aqui que eu pretendo contar um pouquinho de como está sendo esse ano maravilhoso aqui em Budapeste.

Bom, vou tentar ser rápida no relato do que aconteceu nestes 12 dias.

Cheguei dia 22 de Janeiro, e fui recebida pelos meus (até então virtuais) queridos amigos que chegaram um cadin antes de mim! Ver aquele povo com uma plaquinha e meu nome, pra mim, foi a melhor maneira de iniciar essa etapa tão marcante da minha vida.

Chegada em Budapeste - Eu linda fazendo moda na 1gria, de cachecol laranja e touca de lhama. Mto bem. 

Então, depois da linda recepção, tive o primeiro contato com o que é um transporte público de verdade. Minha gente, agora eu sei o quão lixo a mobilidade urbana no Brasil consegue ser. Aqui em Budapeste o sistema de transporte público conta com ônibus, metrô e tram (clique na palavrinha pra ver o que é tram). Eu basicamente tenho andado com o tram 4 e o 6, que são as duas linhas que levam pra todos os cantos da cidade e funciona 24 horas. Enfim, vou tentar ser mais rápida! Chegamos no hostel, e já na minha primeira noite na Europa, saí para um barzinho! Gente, vocês não tem noção de como é fácil sair aqui! Além de os lugares terem entrada free, as bebidas são extremamente baratas (0,5l de cerveja por R$ 2,60). E desde então, das 12 noites que eu passei em Budapeste, acredito que eu tenha ficado em casa no máximo, em 5 delas. Porque além de ter bebida barata e entrada free, o meu hostel e a minha atual casa ficam praticamente no ponto do tram 4-6! Mas a vida não é só festa, né minha gente. Eu tinha que comprar roupa, chip, computador, achar casa, trocar dinheiro, ir na universidade... Então eu fazia tudo isso "de dia" (entre aspas porque o dia aqui, agora no inverno, vai das 8 da manhã até as 4 da tarde. É.) e de noite eu saía com a consciência tranquilinha :)

Ó o tram chegando aí, minha gente!
Achar apartamento aqui foi um sufoco do cão. Todos os prédios aqui são muito velhos e os moveis também, além de terem o aluguel relativamente caros (em comparação com o Brasil). Na minha casa atual, pagamos 1080 euros por mês, por um apartamento de 3 quartos. Ele é todo com mobilia novinha, é bem gostoso morar aqui! Além de eu caminhar menos de 2 minutos até o ponto do tram.

Sobre as pessoas... Bom, primeiro sobre os brasileiros: Conheci pessoas maravilhosas aqui na Hungria. Tenho um grupo de amigos que me ajudam a segurar a barra quando a saudade bate. São pessoas incríveis, não tenho muitas palavras pra conseguir descrevê-los, só consigo dizer que tenho certeza de que se não fosse por eles eu não estaria tão feliz aqui como eu estou sendo. Com eles eu saio, rio, me divirto, conheço a cidade, aguento perrengue. Eles foram presentinhos na minha vida! O povo que mora na minha casa então! Eles conseguem fazer com que eu me sinta realmente em casa. Hoje fiz minha primeira refeição na casinha nova, é uma sensação tão gostosa ter um lar mesmo estando longe de casa. 

E agora os húngaros. Ah, os húngaros. Conheci húngaros de todos os jeitos aqui. Alguns muito rudes, outros nem tanto, alguns solícitos, outros que responde "no" quando você pergunta "sorry, could you help us?". Mas isso não é culpa da Hungria. Existem pessoas e pessoas no mundo inteiro. Os húngaros e nós, brasileiros, temos diferenças culturais muito discrepantes, mas com calma e com um pouquinho de carinho e paciência, a gente consegue se adaptar a tudo isso. Uma coisa muito engraçada que mostra bem essa diferença cultural é que, quando o nariz está com coriza, eles assoam em qualquer lugar (QUALQUER LUGAR. no restaurante, na aula, cozinhando, comendo, cantando, na festa) e pra eles isso não é falta de educação, falta de educação é ficar fazendo aquele barulhinho com o nariz (isso, aquele pra não deixar que alguma coisa saia do nariz hahaha). As pessoas olham feio quando ficamos fazendo "snif snif". Outra diferença cultural muuuuuito grande que eu vi aqui é que em festas, as pessoas não se beijam! Eles dançam de um jeito muito hard, se tocam, se mordem, se agarram, mas se o cara vai beijar na boca da menina (mesmo depois de ter tocado os seios, bumbum e outras coisinhas, if u know what i mean), elas se ofendem, dão tapa na cara e tudo! Nos primeiros dias de festa aqui, eu não conseguia disfarçar e ficava olhando sem entender muito bem. Aqui se você beija na boca de alguém, você tem que transar com esta pessoa. É. Outra coisa que eu acho muito chato aqui, é que os mais velhos não gostam de estrangeiros. E pra demonstrar todo esse sentimento por nós, eles cospem no chão quando veem algum "cigano" na frente deles. Um deles poupou o trabalho de esperar eu passar, e cuspiu em mim :)

Sobre a cidade. Infelizmente ainda não tive a oportunidade de conhecer muitos pontos turísticos de Budapest. As coisas tem sido muito corridas pra mim. E agora vão ser ainda mais, pois começaram as minhas aulas hoje! Mas o que posso dizer dos lugares que eu fui "a serviço" é que a cidade é muito bonita. Muito bonita mesmo! Apesar de ser muito velha e mal cuidada, a cidade é cheia de marcas da guerra, a arquitetura tem uma bagagem histórica muito forte e muito bonita. Mas eu conto um pouquinho de cada coisa quando eu tirar o dia pra turistar por essa cidade linda.

Ponte da Liberdade (Szabadság híd)
Sobre as aulas. Como disse anteriormente, minhas aulas começaram hoje. O que tenho pra dizer é que o inglês dos professores é realmente muito bom! Com exceção de uma professora que pronuncia o W com som de V, e não de U, que é como estamos acostumados a ouvir em filmes, a pronúncia dos húngaros é muito boa. Meu nível de inglês é deplorável, e eu consigo acompanhar tudo o que é dito. Estudo Landscape Architecture na Corvinus, e prometo contar mais quando eu tiver algo pra contar! Ah, uma coisa muito importante de lembrar é que na faculdade eles são muito solícitos. Eu conversei com uma moça responsável pelos intercambistas sobre o meu péssimo inglês, e ela me mandou um e-mail ontem falando que tinha conseguido uma turma de inglês pra mim! Fora isso, eu e a Maju (minha colega de quarto, e de aula também) estávamos perdidas e pedimos ajuda a dois senhores que conversavam no corredor da faculdade. Confesso que o meu "sorry, could u help us?" saiu bem tímido, cheio de medo de ouvir um "NO." bem grande. Mas não é que eu estava enganada? Eles pararam de conversar e começaram a tentar ajudar. Nisso, surgiu uma moça que se ofereceu pra nos deixar na porta da sala! Quando que eu imaginaria que o mesmo povo que escarra quando passo, seria doce e solícito quando me vejo perdida na universidade? É, não devo nunca subestimar as pessoas.

Bom, minha gente, o texto ficou gigante e falta um bocado de coisa pra falar ainda, mas por enquanto é isso que eu acho que vocês vão gostar de ler. Vou tentar fazer textos menores das próximas vezes, e tentar trazer mais imagens dessa cidade maravilhosa que estou vivendo.

Com carinho e um forte e saudoso abraço,
Cami.

8 comentários:

  1. Muito bom o relato Cami! Mas corrija pfvr o cachecol laranja por cachecol laranja Itaú hahaha

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  2. A parte sobre as cuspidas me assustou bastante =( Mas, enfim, ótimo relato, continue ;D

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  3. As pessoas não se beijam ??? haha Então , não temos ido nas mesmas baladas . Tô aqui desde o começo do mês e foi o que eu mais vi ...
    E cidade velha e mal cuidada ? haha Velho e mal cuidado é o Brasil !!!

    Tirando isso , belo relato !!!

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  4. Adorei o blog, continue postando (:

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